sexta-feira, 17 de setembro de 2010

SUB entendo.


É brain, meu bem. A violência está na sua cabeça (2008). Acrílica s/ tela. 120x180cm.
Cabeça Lunar (2009). Acrílica s/ tela. 120x180cm.
O Escritor (2008). Acrílica s/ tela. 120x180cm.
O Primeiro Sexo (2009). Acrílica s/ tela. 120x180cm.
      
Sublimemente subversa.  Assim está a composição SUB POP,  do artista plástico Luiz Badia, em exposição na Galeria ACBEU. São 8 telas em acrílica, onde misturam-se o abstrato com elementos pictóricos,  que estimulam e refazem nossas sinapses. Somos surpreendidos por cartoons, ready made, natureza, anatomia, arquitetura, mecânica, que se coadunam em quase sinfonia. É uma pincelada inteligente de Pop Art, ultrapassando o campo de ironias e estabelecendo comunicação com um conjunto de informações inerentes a sociedade mundial. Vale a pena deixar os neurônios seguir as pistas, tal Sherlock Holmes, e desvendar os segredos não ditos nos quadros deste artista. Muito bom, Luiz, muito bom...

sábado, 11 de setembro de 2010

Por um humano mais mundo...


No viés do meio ambiente e seus desdobramentos está acontecendo, na Galeria Cañizares, a Exposição Ecológica  Move Arte, um dos componentes da 37ª Jornada Internacional de Cinema da Bahia.  É uma tentativa apreciável, onde Arte e Ecologia são colocadas em suportes variados, de tela à performance. Encontraremos trabalhos de Ayrson Heráclito, Baldomiro, Chico Mazzoni, Grupo Três Cabeças, Juraci Dorea, José Henrique Barreto, Justino Marinho, Ligia Aguiar, Luiz Claudio Campos, dentre outros. Apesar de admirar estes trabalhos pelas leituras transmutadas em relação à natureza, o efeito geral desta exposição é de baixo impacto.
   A bandeira do estilo coletivo de “Salve o Verde” já está puída nas bordas. A defesa do meio ambiente no Brasil faz um caminho contrário, exaltando primeiramente as ações públicas (no geral, ineficientes) em detrimento das ações individuais, causando dificuldades em entender qual o papel de cada um no todo. Ninguém é beija-flor, aquele morreu queimado por questões de logística. O que somos é a parte compositiva, de atuação constante, fazemos o  próprio meio ambiente. Uma nova postura, sem reverberações pavlovianas e ecologicamente coerente, nasce das atitudes no dia-a-dia, desde o copo e sacola plástica que deixamos de utilizar em excesso até o tipo de alimento que consumimos. É assim que brotam os fios que trançarão o termo sustentabilidade. E a Arte é um dos fios que formam esta trança. Aparece, seja de forma suave ou violenta, permitindo ao humano apreender o mundo. Então humanos-artistas, utilizem esta via de comunicação  e pensem além do óbvio. Afinal, o planeta é feito em cores com formatos múltiplos e não é só de clorofila que se alimenta Gaia.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Baiano e o Mineiro



Além da xilogravura ter sido um dos primeiros suportes para impressão de cartuns no séc XIX, o que mais em comum, entre estas duas técnicas, podemos encontrar?
As exposições em exibição na Caixa Cultural.
Hélio Lage, artista baiano das charges e cartuns,  era dos bons e faz muita falta para o riso pelo mundo afora...Mas, como todo bom baiano, fez amigos-irmãos na sua estrada de vida e é um destes, o Nildão, quem nos traz o grande presente: a Mostra “40 anos de Humor”. A essência do trabalho de Lage tem cheirinho de acarajé, de tão típico que é o desenho apresentado. Personagens locais, políticos, artistas, esportistas, pouco escapou ao traço sátiro deste humorista. Até rima. E mais que rima, é também traçados de beleza, humanidade e preocupação social. Um artista completo, com salada, vatapá e camarão.
Subindo a escada, a tradição da xilogravura ganha notoriedade com este mineiro chamado Rubem Grilo. Sem pururuca e pão de queijo, mas com muita técnica e habilidade, o artista apresenta 25 anos de trabalho onde a dramaticidade e o cotidiano andam em paralelo. Cada gravura é sui generis, com caos na imagem e ordenação no conceito, forçando um salutar exercício de compreensão.  Sem dúvida, é o maior gravador brasileiro vivo, e generoso com o conhecimento.
Já que aqui falamos de generosidade, este sentimento  precisa ser estimulado entre as pessoas que trabalham com e para os espaços voltados à arte. É muito importante lembrar que as exposições não vivem apenas das aberturas e das taças de espumante servidas, mas sim do público que aprecia e legitima o trabalho artístico apresentado. E entendo como público todas as pessoas que visitam o espaço, sejam famosos ou não, ricos ou não,artistas ou não.  Deixo  aqui a reflexão para a Caixa Cultural ...

sábado, 4 de setembro de 2010

Tunga e a rede



  No mundo globalizado, onde o ente virtual aracnóide chamado internet nos encasula em excesso de informações, apreciar o trabalho de Tunga é redimensionar o que nos cerca. “ À Luz de Dois Mundos” traz para as terras da Bahia um trabalho com leituras conceituais que saltam das peças para o público em muitas direções.  Quem vê é que decide o que pensar, o que destacar, com o que se deslumbrar, e isto só é possível diante da singular pluralidade deste artista. As conexões  e amplitudes entre historicidade e ambiente, sagrado e profano, o bem e o mal, permitem uma apreensão democrática, onde qualquer um sairá da exposição com um pedaço da obra preso entre os neurônios. Acredito que esta exposição ultrapassou ricamente a proposta inicial do Quarta Dimensão, onde a tridimensionalidade ganhou ares de coadjuvante com a atuação primorosa entre crânios, ossos, metais, e....redes.

Para mais informações sobre o artista e esta obra : 
http://dimusbahia.wordpress.com/2010/08/27/tunga-no-jornal/