quarta-feira, 2 de novembro de 2011

"Argilosamente" camaleônica, por Aila Canto.

Fonte: http://corretoradearte.com.br/portal/galeria/noticia/noticia.php?codigo=300

Consuelo Radclyffe surpreende pelo mimetismo. Não só o plástico, onde a argila se veste de papel machê, mas com o mimetismo estético. Em um espaço quarto-de-bonecas, localizado na Caixa Cultural de Salvador, a exposição “Momentos” recria um universo lúdico, em primeira instância, com meninas-esculturas representando os mais variados recortes da infância. No segundo momento, naquele em que deixamos de ler visualmente, enxergamos por baixo da pele do camaleão: a dor de ser e se tornar mulher. A artista traz, disfarçado sob camadas de argila, o significado mais denso da passagem entre infância e idade adulta. De um simples olhar enviesado, passando por máscaras e brinquedos, até o sapato com tachas, a mensagem vai se tornando da cor da exposição - mesclada e borrada - de dores e prazeres, onde a beleza está justamente em ser imperfeita.

Conheçam o trabalho completo da artista em: www.consueloradclyffe.com


Tamanho é documento SIM! Por Renata Cardoso.

 O olhar de quem está incluso no universo da museologia é diferenciado. Muitas vezes nos detemos a observar muito mais atentamente a estrutura em que a obra se encontra do que necessariamente a obra em si.  E é com este “olhar museográfico” que vi a exposição “Momentos”, da artista baiana Consuelo Radclyffe, na Caixa Cultural de Salvador. Que as suas esculturas são lindas e nos trazem sensações e boas lembranças dos nossos próprios “momentos”, isso ninguém duvida, porém a forma em que as peças foram distribuídas no espaço é que apresenta complicações. A maioria das esculturas estão nas laterais da sala, com  uma ao centro, e aí que está o problema. Imagine você visitante, concentrado, admirando uma das obras e meio sem pensar, num simples movimento, em um passo para trás, esbarra nesta vitrine central... O estrago está feito. Você corre o risco de danificar a obra e/ou se machucar.... Pensar em expografia é pensar em segurança também, que não é exclusivamente ter extintores para diversos tipos de materiais ou saída de emergência, é pensar no direito do visitante de ir e vir dentro do museu, sem colocar o bem estar dele em risco. A utilização de vitrines com duas repartições, neste caso não daria muito certo, porque geralmente a largura destas iria deixar a sala menor do que ela já é. Prateleiras ou grandes cubos nas paredes, porém a sala é tão pequena que não permite que intervalos entre elas sejam feitos, e a exposição acabaria sendo um amontoado de peças. A solução mais conveniente é a ida para uma sala que disponha de um espaço maior, mantendo a forma de distribuição. É válido se pensar em soluções que possam contemplar as duas partes mais importantes de uma exposição: o trabalho do artista e o público que o visita.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O Coletivo Maria Vernissage

 Desdobrando a proposta inicial deste blog, venho aqui apresentar o mais novo grupo de trabalho no campo que entrelaça a Museologia e a Arte: o Coletivo Maria Vernissage. Formado por Aila Canto, Etiennette Bosetto, Janaína Ilara, Luciana Moniz e Renata Cardoso, a ideia é propor debates, ações e produção de textos sobre a documentação da arte contemporânea, o mapeamento dos espaços museológicos e a crítica de arte. A partir deste mês estarão aqui as discussões (e os resultados) sobre estes temas pertinentes ao âmbito do Coletivo, e a abertura deste espaço virtual para as possibilidades de debate público. Interpele-nos, instigue-nos e, essencialmente, incite-nos!