terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Baiano e o Mineiro



Além da xilogravura ter sido um dos primeiros suportes para impressão de cartuns no séc XIX, o que mais em comum, entre estas duas técnicas, podemos encontrar?
As exposições em exibição na Caixa Cultural.
Hélio Lage, artista baiano das charges e cartuns,  era dos bons e faz muita falta para o riso pelo mundo afora...Mas, como todo bom baiano, fez amigos-irmãos na sua estrada de vida e é um destes, o Nildão, quem nos traz o grande presente: a Mostra “40 anos de Humor”. A essência do trabalho de Lage tem cheirinho de acarajé, de tão típico que é o desenho apresentado. Personagens locais, políticos, artistas, esportistas, pouco escapou ao traço sátiro deste humorista. Até rima. E mais que rima, é também traçados de beleza, humanidade e preocupação social. Um artista completo, com salada, vatapá e camarão.
Subindo a escada, a tradição da xilogravura ganha notoriedade com este mineiro chamado Rubem Grilo. Sem pururuca e pão de queijo, mas com muita técnica e habilidade, o artista apresenta 25 anos de trabalho onde a dramaticidade e o cotidiano andam em paralelo. Cada gravura é sui generis, com caos na imagem e ordenação no conceito, forçando um salutar exercício de compreensão.  Sem dúvida, é o maior gravador brasileiro vivo, e generoso com o conhecimento.
Já que aqui falamos de generosidade, este sentimento  precisa ser estimulado entre as pessoas que trabalham com e para os espaços voltados à arte. É muito importante lembrar que as exposições não vivem apenas das aberturas e das taças de espumante servidas, mas sim do público que aprecia e legitima o trabalho artístico apresentado. E entendo como público todas as pessoas que visitam o espaço, sejam famosos ou não, ricos ou não,artistas ou não.  Deixo  aqui a reflexão para a Caixa Cultural ...

Um comentário:

  1. UUUUaau, adorei tudo o que esta rolando pela cidade graças ao Maria Vernissage !
    Esta de parabéns amiga.
    Bjão

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