quinta-feira, 28 de junho de 2012

Listras, estrelas e gravuras


Matéria de Nina Gazire originalmente publicada na seção de artes visuais da Istoé em 22 de junho de 2012

Um dos maiores nomes vivos da pop arte, o artista americano Jasper Johns exibe 70 obras em sua primeira exposição de fôlego no País

Jasper Johns alcançou a fama com a série “Flags”, que faz interferência na bandeira dos EUA
A iniciativa dos artistas americanos Robert Rauschenberg e Jasper Johns de incorporar imagens de revistas, jornais e objetos do dia a dia em suas obras foi, durante muito tempo, entendida como uma resposta à agressividade do expressionismo abstrato, estilo de pintura focado na expressão e nas pinceladas gestuais. A essa prática impessoal se deu o nome de pop arte, e no início da década de 1960 as galerias de Nova York foram tomadas por artistas do gênero, como, por exemplo, Andy Warhol, que se tornou uma espécie de porta-voz do estilo. Até os dias de hoje é atribuída a Rauschenberg e a Johns uma espécie de paternidade da pop arte. Ao longo dos anos, contudo, ambos os artistas seguiram caminhos separados, e dois anos após a morte de Rauschenberg, em 2008, Johns recebeu do presidente Obama a Presidential Medal of Honor, o mais alto galardão concedido pela Casa Branca. Anteriormente, apenas Alexander Calder havia sido homenageado postumamente com a condecoração, em 1977.
O grande motivo para tamanha honraria talvez não seja apenas a importância da obra de Johns, hoje com 82 anos, mas o fato de que foi por meio de suas mãos que um dos maiores símbolos da supremacia norte-americana tenha se transformado em obra de arte. Desde 1955, o artista vem se dedicando a pintar, serigrafar e até transformar em peça escultórica a bandeira dos EUA. “Jasper vai fundo nos objetos que escolhe como tema para suas obras. Os objetos pintados, retratados, arrancados de páginas de revistas não se esgotam e são retrabalhados enquanto existirem possibilidades de leitura variadas”, diz o curador Bill Goldston, que selecionou com Johns as 70 gravuras da primeira mostra solo do artista no Brasil, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.
REPETIÇÃO
Na série "09", o artista faz um exercício com a mesma fonte tipográfica
Entre as obras não poderia faltar, claro, a “Star Spangled-Banner” (bandeira estrelada), nome dado à bandeira dos EUA, representada em sete diferentes versões. Denominadas “Flags”, as gravuras, realizadas entre 1960 e 1973, acompanham outros títulos abrangendo cerca de 40 anos de produção do artista. “A exposição foi pensada especialmente para o Brasil. Nesse contexto, a mostra pretende ilustrar o modo como Johns se apropria de uma imagem, transformando-a em algo diferente do original. Apresentamos apenas gravuras porque o artista não as entende como uma mera reprodução, mas como maneira de expressar suas ideias artísticas”, afirmou Goldston em entrevista à ISTOÉ, por telefone. Além dos 66 trabalhos individuais, estão quatro séries nas quais a repetição é trabalhada como forma de criação. Exemplo é a série de litogravuras “09”, em que se usa uma mesma fonte para fazer uma contagem de 1 a 9, em outro procedimento comum à pop arte. Mais recentes são os trabalhos realizados entre 1999 e 2001, quando o artista incorpora às gravuras em metal a mesma fotografia de uma família oitocentista.
Apesar da mostra não trazer nenhuma de suas pinturas, Johns figura no ranking dos 30 pintores mais caros do mundo. Uma de suas telas da série “False Start” (que também está na origem de algumas gravuras em exposição) foi vendida por US$ 80 milhões em 2006, até então o preço mais alto alcançado por um artista vivo. Atualmente, Johns vive em Conecticut, nos EUA, e continua produzindo.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Maria Online*

Acabei de falar com o artista Newton Mesquita, acessivel ao publico e incrivelmente simpatico, algo refletido em suas obras, onde o humano apresenta-se unicamente humano.

  * Os textos do Maria Online aparecerão sem acentuação, pois o mesmo é digitado em smartphones que não permitem esta ação.

Maria Online*

As Marias buscam novos meios interativos de informacao, por isso estamos iniciando hoje o Maria Online, uma cobertura de vernissages no momento em que ela acontece! A primeira sera Fazendo Gente, de Newton Mesquita. Eu, Aila Canto, estou agora no Palacete das Artes Rodin acompanhando o movimento caracteristico das aberturas expositivas, e apreciando as obras do artista. Logo mais, elucubracoes sobre tudo!
 * Os textos do Maria Online aparecerão sem acentuação, pois o mesmo é digitado em smartphones que não permitem esta ação.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O homem diante do espelho - Por Canal Contemporâneo

Matéria de Nina Gazire originalmente publicada na seção de artes visuais da Istoé em 25 de maio de 2012

Maurício Dias e Walter Riedweg - Estranhamente Possível, Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM BA, Salvador, BA - 19/05/2012 a 22/07/2012

Diz-se que a alteridade é uma condição, que define que o homem jamais poderá se entender como um ser isolado. Ele é sempre um reflexo, espelhando suas relações e individuações a partir de seu contato com o exterior, com o outro. A figura do espelho social, no qual as alteridades são constantemente dadas, é o mote da dupla suíço-brasileira composta por Maurício Dias e Walter Riedweg. E, para entrar nesse espelho, os artistas elegeram o vídeo como ferramenta para experimentações, registros e reflexões sobre o outro.
Na retrospectiva “Estranhamente Possível” pode-se perceber como, segundo a dupla, a ideia de alteridade é sempre uma referência mutável. Nos seis trabalhos – videoinstalações, fotografias e performances feitas entre 2002 e 2012 –, a questão do outro e seus meios é trabalhada em diferentes âmbitos. Seja explorando as diferenças em culturas distantes, como em “Juksa”, de 2006, centrado no depoimento dos últimos três habitantes de uma pequena ilha no Polo Norte, seja em questões de gênero, como é o caso de “Paraíso Cansado”, em que um experimento poético é realizado para investigar o turismo sexual nas Ilhas Canárias.
O trabalho mais recente, “Água de Chuva no Mar”, foi produzido este ano em uma residência artística a convite do MAM-Bahia, em conjunto com a comunidade do Solar do Unhão, próxima ao museu. Para a realização do trabalho, os artistas conviveram durante um mês com habitantes dessa comunidade composta majoritariamente por famílias comandadas por mulheres. Desde os tempos mais remotos, elas dependeram da fonte de água do engenho de açúcar, onde hoje está o museu. A história do local é revivida em depoimentos de lavadeiras, que evocam suas antepassadas. “Além do trabalho da residência, escolhemos para a exposição obras que dialogam não só com a comunidade onde o museu está inserido, mas também com a cidade de Salvador, onde a questão das alteridades sempre esteve latente” comentam Dias e Riedweg, que se definem mais como “bons contadores de histórias” do que artistas.

Comunicado

O processo de mapeamento, que o Coletivo Maria Vernissage está produzindo, sofreu um pequeno atraso devido à greve da Universidade Federal da Bahia, pois dependemos de alguns dados que se relacionam com os espaços federais, e também de profissionais que lá atuam. Entretanto, será um atraso mínimo, já que a previsão de entrega seria 15 de julho, e agora será dia 30. Os dados coletados já somam 83% do total, e a preparação do gráficos e análises já foi iniciada. Somaremos ao trabalho inicial a comparação com uma publicação do IBRAM, o "Museus em Números", e o resultado vocês poderão conferir no material final. Acompanhem o blog, as notícias e textos sobre artes visuais, afinal, as Marias não param!

domingo, 17 de junho de 2012

Programa completo!

Segue o link do programa, na íntegra, para quem ainda não viu, ou queira rever! Obrigada a todos que nos contactaram e, em breve, vamos responder aos pedidos feitos!


http://redeglobo.globo.com/globouniversidade/videos/t/edicoes/v/museologia-integra/1993653/

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Globo Universidade

Viemos anunciar a exibição do programa Globo Universidade, sobre o curso de Museologia da Universidade Federal da Bahia, com a participação do Coletivo Maria Vernissage. Próximo sábado, às 7h. Não percam!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Como transformar cópias em originais - Canal Contemporâneo

Matéria de Paula Alzugaray, originalmente publicada na seção de artes visuais da Istoé em 1 de junho de 2012.

Sem ser falsificador profissional, Gustavo von Ha vende desenhos copiados de Leonilson e de Tarsila do Amaral e discute sistema de direitos autorais
Gustavo Von Ha - T.L. /Galeria Leme, SP/ até 13/6

Para copiar os 23 desenhos de Tarsila do Amaral (1888-1973) e os 16 de Leonilson (1957-2003) que estão atualmente expostos na Galeria Leme, em São Paulo, o artista paulista Gustavo von Ha passou meses estudando os gestos, as técnicas e os traços de cada artista. “Fazendo esse trabalho, me senti um ator. Para chegar à intensidade empreendida pelos lápis de cada um deles, tive que forjar uma simulação até mesmo em minha postura corporal”, afirma Von Ha à Istoé. A exposição denominada “T.L.” – as iniciais de Tarsila e Leonilson, que algumas vezes assinavam só com letras – é o resultado de uma pesquisa do artista sobre sistemas de reprodução de imagem e da arte na atualidade.
Mas os desenhos resultantes dessa pesquisa são muito mais do que cópias. De fato, seriam apenas cópias, não fosse por um pequeno detalhe: o artista aplicou-lhes um efeito de espelho e assim as reproduções aparecem em posição invertida em relação aos originais. A partir desse gesto simples de inversão, Von Ha garante sua autoria sobre as imagens e balança um sistema de convicções sobre o estatuto da cópia e da autoria – e, de quebra, da verdade e da mentira, da ficção e da realidade. Com isso, entra em sintonia com uma discussão que já data quase 100 anos – começou com Walter Benjamin e Roland Barthes em meados do século 20 – e hoje explodiu com as mídias digitais.
“O mundo da lei é muito restrito. Autores como Roland Barthes nos falam que uma mesma obra, por mais original que seja, nunca é fruto de uma autoria única. Ela sempre traz outras referências. As leis de direitos autorais, constituídas no ápice do Iluminismo, pensam o autor como um sujeito estanque, com direito a proteção a sua propriedade e por isso são menos dinâmicas”, afirmou Luciana Rangel, advogada especialista em direitos autorais, convidada a debater com von Ha, no sábado 26, as mudanças que o conceito de originalidade vem sofrendo em tempos de reprodução digital.

terça-feira, 5 de junho de 2012

64º Salão Paranaense - Inscrições e informações para o artista

Por Canal Contemporâneo

64º Salão Paranaense
Serão selecionados 25 artistas para exporem suas obras durante o evento, sendo que cinco participam por meio de indicação de um comitê curatorial. Outras duas pessoas receberão o prêmio residência artística. O Salão Paranaense será realizado de 29 de novembro de 2012 a 28 de abril de 2013, no Museu de Arte Contemporânea (MAC).

Inscrições até 20 de julho de 2012
64º Salão Paranaense - 2012
Museu de Arte Contemporânea do Paraná - MAC/PR
Rua Desembargador Westphalen 16, Curitiba - PR
41-3323-5337 / 5328 ou mac@seec.pr.gov.br
www.cultura.pr.gov.br/mac

Informações para o artista sobre o custo-benefício de editais
As informações abaixo, todas de caráter objetivo, copiadas do edital, servem para ajudar o artista iniciante a decidir sobre a sua participação no evento em questão.

GANHO PARA SELECIONADOS:
- Os Artistas Convidados receberão R$ 4.000,00 (quatro mil reais) cada, por sua participação. As despesas com passagens, traslados, transporte das obras, hospedagem e alimentação em Curitiba, por 05 (cinco) dias, para acompanhamento da montagem dos trabalhos e abertura do Salão, serão de responsabilidade do MAC/PR;
- Os Artistas Selecionados receberão um Prêmio Participação no valor de R$ 7.000,00 (sete mil reais) cada. As despesas com o transporte das obras e demais custos serão de inteira responsabilidade do artista.
- Serão contemplados 2 (dois) artistas com o Prêmio Aquisição, no valor de R$20.000,00 (vinte mil reais) cada.
- Serão contemplados 2 (dois) artistas com o Prêmio Residência Artística - sendo um em Curitiba e outro em Londrina / PR - no valor de R$12.500,00 (doze mil e quinhentos reais) cada.
Ver detalhes no item 6.1 do Edital.
CUSTOS OPERACIONAIS:
- Preenchimento de ficha de inscrição, com CPF/MF e identidade;
- Envio de portfólio do proponente, em formato A4, contendo: currículo resumido; fotos coloridas das obras concorrentes, imagens impressas ou fotocópias em alta resolução (recomendamos em tamanho 20 x 25 cm); CD ou DVD, com duração máxima de 5 (cinco) minutos, gravadas em looping (para videoarte e performance); projeto descritivo contendo a relação dos materiais e equipamentos utilizados, instruções de montagem e de funcionamento. Essas informações deverão ser complementadas com planta e/ou maquete virtual, impressa ou em mídia de CD ou DVD, a critério do participante (para instalação); projeto descritivo e/ou maquete virtual, impressa ou em mídia de CD ou DVD, a critério do participante. O material enviado poderá ser utilizado para divulgação na mídia e material impresso. O artista deverá se responsabilizar por todas as questões operacionais e legais para realização da proposta (para Ações ou Interferências Urbanas).
- As obras não serão cobertas por seguro, ficando a critério do artista contratar sua própria apólice pelo período de transporte, montagem e exibição da mostra. O MAC/PR ficará isento de qualquer responsabilidade em caso de eventuais danos às obras ou sinistros.
Ver detalhes nos itens 4.1 e 7 do Edital.

domingo, 3 de junho de 2012

I Festival de Land Art - Centro Cultural Banco do Brasil - Brasília

André Ventorim, Coletivo Tuttameia, Elyeser Szturm, Geert Vermeire (Bélgica), Jimmy Christian, João Queirolo, Karina Dias, Nuara Vicentini, Rodrigo Paglieri, Samuel Guimarães e Túlio Pinto

Curadoria de Renato Acha, Patrícia Bagniewski
 
exposição  - 04/06/2012 a 30/09/2012


O projeto Galeria Aberta se propõe a transformar o Jardim Botânico de Brasília em um museu a céu aberto, um acontecimento inédito em Brasília e no país. Visa apontar para novas tendências artísticas ao promover a troca de experiências criativas entre jovens artistas que lançam novos olhares sobre a land art e incentivar a preservação do patrimônio do cerrado. Serão montadas doze obras elaboradas por artistas e um coletivo, que participarão de residência artística durante os sete dias que precedem o evento, em uma ação que visa promover a troca de experiências culturais, sociais e ambientais.